Relações entre Educação geográfica e Psicogenética

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Sonia Maria Vanzella Castellar traz discussões bastante interessantes, enfatizando a  a questão do ensino em Geografia em seu artigo intitulado: “Educação Geográfica: A psicogenética e o conhecimento escolar”. Castellar, em seu texto, procura tratar da aprendizagem e da didática dentro da Geografia escolar a interligando com concepções teóricas de Psicogenética. Segundo a pesquisadora, ao longo do tempo se formaram inúmeras discussões sobre o processo de aprendizagem e, em decorrência disso surgiram várias possibilidades do ‘fazer’ pedagógico.

Volta aos clássicos da Geografia…

Castellar inicia resgatando idéias do geógrafo Ives Lacoste (1970), um forte crítico da maneira como a Geografia era ensinada nas escolas da época, de que a Geografia ensinada nas escolas parecia um saber sem aplicação prática. Segundo a autora o processo de renovação geográfica é recente no cenário brasileiro, ganhando destaque, principalmente a partir de 1980, onde procurou-se fazer com que a disciplina perdesse o rótulo de matéria decorativa e politizada. Ela destaca também o distanciamento existente entre o currículo básico e o superior, afirmando que enquanto nas universidades o debate da geografia avançava, nos currículos escolares se via cada vez mais estagnado.

Como transformar o chato e cansativo em interessante e útil ao educando?

 Castellar defende a necessidade de um diálogo entre a Geografia e o pensar pedagógico para que o aluno aprenda a fazer a leitura do mundo (perceber as formas e seus significados). Dessa preocupação surge a necessidade da reflexão do como, para quê e para quem ensinar a Geografia . Castellar defende também  um novo processo, passando pela capacitação docente à aplicação da Geografia e ao aumento do conhecimento e da compreensão dos espaços nas distintas escalas (local, regional, global).

Contribuições da psicogenética

Dentro desta proposta de ensino, Castellar destaca a importância de Piaget no ensino da Geografia, relacionando suas idéias ao processo de aprendizagem dessa disciplina. Segundo a autora, a psicologia genética de Piaget contribuiu na fundamentação da educação geográfica desde a educação infantil, pois ela mostra que para a compreensão de algumas noções que geográficas é preciso que se estimule o aluno a desenvolver o raciocínio, relacionando o senso comum ao conhecimento científico, chegando dessa forma à compreensão que Lacoste tanto defendia.

Considerações finais

Castellar conclui que os desafios existem e que para enfrentá-los é necessário pensar uma educação Geográfica que supere as aprendizagens repetitivas e arbitrárias, passando-se a adotar práticas de ensino que invistam nas habilidades dos alunos.

REFERÊNCIA

  • CASTELLAR, Sonia Maria Vanzella Educação Geográfica: A Psicogenética e o Conhecimento Escolar. Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n.66, p. 209-225, maio/ago. 2005. Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br > Acesso em 12 nov. 2009.

Sobre a Autora. Sonia Maria Vanzella Castellar é Professora Livre Docente em Metodologia do Ensino de Geografia da Faculdade de Educação da USP. Possui graduação em Geografia, mestrado em Didática e Doutorado em Geografia (Geografia Física) ambos pela USP, além de larga experiência na área de formação de professores, Educação Geográfica, Cartografia Escolar, Didática da Geografia, Educação em espaços formais e não-formais de aprendizagem.