As correntes do pensamento geográfico

Imagem de Free-Photos por Pixabay

A sistematização da Geografia teve inicio em meados do século XIX, com Humboldt e Ritter. Derivando destes dois autores surgem as correntes de pensamento geográfico. Destacam-se como correntes de pensamento geográfico: o Determinismo Ambiental, o Possibilismo, o Método Regional, a Nova Geografia e a Geografia Crítica. Segundo CORREA (2000) cada uma delas com suas práticas teóricas, empíricas e políticas, seguindo uma seqüência histórica predomina e, ou coexiste com outra corrente.

Determinismo Ambiental foi o primeiro paradigma a caracterizar a geografia que emerge no final do século XIX. Teve como principal personagem o alemão Ratzel.   Seus defensores afirmam que as condições naturais determinam o comportamento do homem, interferindo na sua capacidade de progredir.  Segundo CORREA (2000 ) essa interpretação de “determinação acabou servindo como ferramenta para ocultar uma ideologia das classes dominantes. Ratzel cria conceitos como : espaço vital, região natural, fator geográfico e condição geográfica.

Ao fim do século XIX, em reação ao determinismo geográfico surge na França,  o Possibilismo. Este, procurou abolir qualquer forma de determinação, adotando a idéia de que a ação humana é marcada pela contingência. a natureza era considerada como fornecedora de possibilidades para que o homem a modificasse. Teve como precursor  Paul Vidal de La Blache.

O terceiro paradigma da geografia é o Método Regional que vem contrário ao Possibilismo e ao Determinismo. Nele, a diferenciação de áreas é vista através da integração de fenômenos heterogêneos em uma dada porção da superfície da Terra. Focalizando assim o estudo de áreas e atribuindo à diferenciação como objeto de geografia. A  partir dos anos 40 essa corrente ganha importância com raízes em  Alfred Hettner e Hartshorne.

Após a 2.a Guerra Mundial, verifica-se uma nova fase de expansão capitalista, e conseqüentemente a geografia perde a capacidade de explicar a complexa realidade redesenhada. Surge então um novo paradigma, a Nova Geografia comoobjetivo de justificar a expansão capitalista, assim como dar esperanças aos “deserdados da terra”. Para tais tarefas utiliza com método o positivismo lógico (Neopositivismo), utilizando-se para isso de técnicas estatísticas.

Durante a década de 1970 e 1980, o conhecimento geográfico passa por novas transformações. Surge um novo paradigma em oposição aos anteriores e também com intenção de participar de um processo de transformação da sociedade, esta denominada  Geografia Crítica. Esse paradigma repensa a questão da organização espacial, herdada basicamente da Nova geografia. Trata-se, no caso, de ir além da descrição de padrões espaciais, procurando-se ver as relações dialéticas entre formas espaciais e os processos históricos que modelam os grupos sociais.

REFERÊNCIAS

  • CORRÊA, Roberto Lobato. Região e Organização Espacial. São Paulo: Ática, 2000.
  • MORAES, A.C.R. Geografia: pequena história crítica, 20a ed. São Paulo, Annablume, 2005.
  • COSTA, Fábio Rodrigues da; ROCHA, Márcio Mendes. Geografia: Conceitos e paradigmas – apontamentos preliminares. Revista Geomae. V.1 N. 2, p 25-56, Jun-dez, 2010.
  • CARVALHO, Gisélia Lima. Região: A Evolução de uma Categoria de Análise da Geografia. Boletim Goiano de Geografia, volume 22, n° 01, jan./jun. de 2002.

O que você achou?

Esquecemos de abordar algo? Tem alguma sugestão a fazer para que melhoremos o conteúdo deste texto? Como você vê o desenvolvimento da Geografia? Dê a sua opinião.