Seguindo o roteiro de aula, outros pontos visitados foram as praças. Passamos por algumas delas: Praça Raposo Tavares (em frente à antiga rodoviária), a Praça Napoleão Moreira da Silva, a Praça Renato Celidônio e a famosa Praça da Catedral.
Para realizar análises válidas neste território recorreremos a diversos trabalhos principalmente os de De Angelis et al (2005). Em um de seus artigos ele chega a mencionar que a cidade de Maringá se difere muito de outras cidades brasileiras pela valorização que dá à estes espaços públicos na organização do território do perímetro urbano, como ele diz ‘quebrando o gelo’ da monotonia da cidade.
A praça dentro do espaço urbano de Maringá tem grande importância. Desde o início existiu certa preocupação com estes ambientes. De Angelis e outros autores nos apontam, o urbanista Jorge de Macedo Vieira como grande protagonista por ter colocado em seu planejamento urbano o objetivo de definir Maringá como sendo uma “cidade –jardim”. Ele procurou destinar áreas de tamanho significativo para espaços públicos abertos, como praças e parques.
A praça como integrante do espaço urbano tem funções bastante importantes tanto em nível social como ambiental. No entanto como De Angelis relata em diversos outros momentos, as praças muitas vezes vão perdendo seus verdadeiros objetivos. De Angelis afirma que duas das principais causas destas mudanças de pensar decorrem do aumento da violência urbana e do aumento de opções de lazer como os Shopping Centers, parques de diversão, clubes, jogos eletrônicos, entre outros.
Segundo De Angelis, em Maringá existem 102 praças, no entanto, nem todas são preservadas como tal. Para destacara importância destes espaços nos dias atuais é interessante ligar o espaço à afetividade ligada a ele principalmente às referentes aos aspectos históricos. Assim sendo as praças dever ser configuradas não apenas como locais de lazer, mas também como resultado de acontecimentos históricos.
Apenas a título de complementaridade cabe destacar que segundo De Angelis, as praças maringaenses são em sua maioria deixadas ao acaso. Quase sem preocupação por parte do poder público, esses espaços que muitas vezes encontram- se com piso esburacado, bancos quebrados, luminárias que sequer funcionam, o mato e a sujeira ‘tomando conta’ onde deveria haver grama e um ambiente saudável.
Além dos problemas estruturais apontados por diversos autores, pudemos notar também vários problemas sociais . Na aula foi tratado, por exemplo, a questão da Praça Raposo Tavares. Nesta praça ocorrem diariamente, principalmente no período noturno, locais de prostituição e distribuição de drogas. Esse acontecimento tem chamado atenção inclusive da imprensa local, como na reportagem publicada pelo jornal o Diário do Norte do Paraná (27/11/09).
Outro fato interessante a ser destacado é a segregação residencial existente ao entorno da Praça Napoleão Moreira da Silva. Nela, pudemos observar que ao entorno dela estavam presentes diversos bancos e poucos edifícios, isto nos foi explicado – pelo professor- pelo fato de o ambiente ser área de especulação imobiliária. Só por curiosidade cabe destacar que existe uma história interessante sobre a origem desta praça. De início a Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná havia cedido o terreno para a prefeitura com a finalidade de construção de uma rodoviária. Porém por manobras políticas acabou não sendo executado neste local. Na época isto ocasionou em certo impasse entre a prefeitura e a Companhia.
Finalizando
A partir de toda essa análise podemos observar que o espaço público ‘praça’ pode ocupar diversas funções cabe a sociedade delinear a opção que melhor adapte às suas necessidades. Quando estes espaços acabam se tornando locais de marginalidade e prostituição cabe ao setor público procurar soluções responsáveis com a finalidade de ordenar a situação. Obs.: Texto escrito em e editado em novembro de 2009. Por esse motivo algumas das informações veiculadas podem não fazer parte da realidade atual.
REFERÊNCIAS
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