Kant e sua Influência na Geografia

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Para a realização desta síntese comparativa foram utilizados como base os textos de Renan Gauthier Cardoso dos Santos (O espaço em Kant e suas influências na definição do conceito de região em Alfred Hetter e Richard Hartshorne) e de parte da dissertação de mestrado de Marco de Souza Paes (parte referente ao Neokantismo). Os mesmos trabalham sobre a influência de Immanuel Kant nos trabalhos geográficos, sobretudo em Alfred Hetter e Richard Hartshorne e seus desdobramentos no contexto onde os respectivos autores vivenciaram.

Biografia de Kant

Immanuel Kant nasceu em Königsberg, Prússia oriental (atual Kaliningrado, Rússia) em 1724. Seu pai era artesão e sua mãe foi uma mulher admirada pela inteligência e caráter, ambos eram adeptos do ramo pietista da Igreja Luterana. Acredita-se que Kant foi o primeiro filósofo a introduzir a Geografia no currículo escolar e receber autorização para ministrá-la.

Ideias e propostas

Quanto às ideias e propostas levantadas por Kant, SANTOS (2009) realiza sua análise de suas ideias enfocando como preocupação principal dele a obtenção de um conhecimento objetivo do mundo, buscando ir além das amarras teóricas existentes até então buscando compreender as maneiras de se agir na realidade. Segundo Kant In: SANTOS (2009) todo conhecimento começa com a experiência, esta por sua vez despertaria o interesse em obter o conhecimento sobre determinado fato ou coisa. Dessa forma, Kant definiu dois tipos de conhecimento: o a posteriori ou empírico e outro a priori ou puro. O primeiro (a posteriori) decorre de dados fornecidos pela experiência sensível, já o conhecimento a priori independe de qualquer experiência sensível e definido como necessário e universal.

Kant defende a necessidade de se pensar nos fenômenos naturais como um todo, por meio de condições explicativas mais gerais. De acordo com SOUZA (2008) o ponto de vista crítico de Kant teve forte significação empírico – científica no conhecimento geográfico, sobretudo com o Neokantismo que dominou ao cenário acadêmico de 1870 até 1920. Os adeptos dessa corrente de pensamento procuram ir além do pensamento de Kant, procurando adaptar a mesma à realidade vigente.

Segundo SANTOS (2009), Kant entendia que a relação estabelecida entre sujeitos e objetos era mediada pela intuição, onde o sujeito entende o objeto a partir da elaboração de conceitos. Dessa forma o pensamento de Kant traz no sujeito a capacidade de conhecer os fenômenos a partir dos objetos regulados pelo sujeito. Kant acredita que as duas formas de sensibilidade são o espaço e o tempo, sendo o espaço relacionado à Geografia e o tempo relacionado ao conhecimento dos fatos históricos. Segundo COSTA & ROCHA (2010, p. 41)para Kant, “o espaço é uma representação necessária a priori, que serve de fundamento a todas as percepções exteriores, o local onde ocorrem os fenômenos.”

Segundo SANTOS (2009) ele atribui uma singular importância ao espaço ao afirmar que nada pode ser representado sem espaço e é por meio dele que se realiza a sistematização das coisas exteriores. Continuação: Desdobramentos das Propostas do Neokantismo na Ciência Geográfica…………..[Clique aqui]

REFERÊNCIAS