Pesquisadores afirmam que as origens dos parques urbanos estão ligadas inicialmente a elementos mítico-religiosos, apontando o “paraíso” do Gênesis bíblico passando por mitos e lendas até chegar aos tempos modernos.
Para esses pesquisadores as áreas verdes urbanas têm forte ligação com a arte da jardinocultura que surgiu, independentemente em dois lugares: Egito e China.
Na China surge com sentido religioso e filosófico, onde cada elemento tem seu significado próprio (simbologia). Já os jardins do Egito, que influenciaram todo o mundo ocidental, tinham, inicialmente, a função principal de amenizar o forte calor das residências.
É no final do século XVII com o aumento da insalubridade nas cidades européias e com os primórdios da Revolução Industrial que surgiram filosofias favoráveis ao surgimento de novas relações da natureza com a sociedade, diminuindo o teor antropocêntrico dominante até aquele momento. Conforme Silva, “a cidade era o berço da poluição, do ar e sonora, e dos maus costumes, e o campo passou a ser um local desejado, uma vez que possuía ar fresco e tranquilidade. Por isso, há o surgimento da valorização do campo e das áreas verdes no urbano […]” (SILVA, 2003, p. 45). Essa procura pelo verde, intimamente relacionada com a presença das poluições urbanas levou a necessidade da conservação de elementos naturais dentro do espaço urbano, com a função de melhorar a qualidade de vida urbana.
Já no decorrer do século XX novas funções são adicionadas às antigas surgindo novas denominações como Parque ecológico e Parque Temático. No Brasil os primeiros grandes parques foram construídos após a vinda da família real portuguesa, sendo inicialmente bastante elitizados. O estilo (estética, estrutura) brasileiro de criar parques foi influenciado por tendências do estilo norte americano e europeu, porém esteve ligado a necessidades diferentes. Enquanto que nos EUA e na Europa os parques surgem da urgência de se atender as necessidades da massa urbana das cidades do século XIX, no Brasil eles vieram a ser “figura complementar ao cenário das elites emergentes, que controlavam a Nação e procuravam construir uma configuração urbana compatível aos modelos ingleses e franceses” (BOVO, 2008, p. 75).
Nas décadas de 1920 e 1930 ocorreu grande crescimento dos espaços urbanos e os parques passaram a ser mais democráticos, sendo frequentados por pessoas de diferentes classes sociais, além de apresentar um estilo mais nacionalista.
Segundo Bovo (2009, p. 73) no decorrer do século passado a criação de sistemas de parques urbanos foi ganhando cada vez mais importância, sendo que grande parte destas propostas previam que as “cidades do futuro os espaços livres públicos não seriam somente para o lazer da população, mas para a criação de cidades urbanizadas e saudáveis”.
REFERÊNCIAS
- BOVO, Marcos C. Áreas Verdes Urbanas, Imagem e Uso: Um Estudo Geográfico Sobre a Cidade de Maringá – PR. Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Tecnologia – Presidente Prudente Programa de Pós – Graduação Em Geografia Área de Concentração: Produção Do Espaço Geográfico. Presidente Prudente, 2009
- KLIASS, Rosa Grená. Os Parques Urbanos de São Paulo. São Paulo: Pini, 1993.
- SCALISE, Walnyce Parques Urbanos – Evolução, Projeto, Funções e Usos. In: Revista da Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Tecnologia. Vol. 4 Nº 1 Out. 2002. Disponível em: Acesso em: http://www.unimar.br/feat/assent_humano4/ parques.htm acesso em: 29 mar. 2011.
- SILVA, LUCIENE DE J. M. DA. Parques Urbanos: A Natureza na Cidade -uma análise da percepção dos atores urbanos. UnB-CDS, Mestre, Gestão e Política Ambiental, 2003. Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília. Centro de Desenvolvimento Sustentável.