Os rios
Desde as primeiras aldeias até o mundo globalizado de hoje os rios têm papel fundamental para o desenvolvimento das sociedades humanas. Tal perspectiva se fortalece em virtude dos impactos causados ao espaço pela atividade humana que pode ser visto na poluição, ocupação de áreas irregulares, práticas agrícolas inadequadas, grandes obras de engenharia, entre outros. Diante disso, a necessidade de entendimento de como se configura a disponibilidade hídrica é de grande valia como ferramenta de gestão destes espaços e minimização de impactos, assegurando desta maneira sua qualidade e quantidade. Reforçando esta necessidade, a Lei Federal nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos trouxe como alguns de seus fundamentos a água como um bem de domínio publico, um recurso limitado e define a bacia hidrográfica como a unidade territorial para sua implementação.
Mas, o que é uma bacia hidrográfica?
Segundo Christofoletti (1974), um dos mais renomados pesquisadores brasileiros, o termo bacia hidrográfica ou bacia de drenagem é definido como sendo uma área drenada por um determinado rio ou por uma rede fluvial. Segundo Villela e Mattos (1975) e Gregory e Walling (1985) o conhecimento de sua abrangência e características são fundamentos básicos para a quantificação de todos os parâmetros, grandezas hidrológicas e potencialidade hídricas da mesma.
Leia também: [MAPWINDOW] Caracterização Física de Microbacias – Parte 1: Delimitação de Microbacias (Blog Carta Geográfica)
A Bacia do Rio Gavião
A Bacia do Rio Gavião tem área superior a 170 Km² localizando-se em sua maior parte no município de Mamborê- PR, abrangendo pequena parte do município de Luiziana. Na caracterização hidromorfológica do Rio Gavião foram trabalhados em sala de aula uma diversidade de conceitos de forma a abranger o máximo de informações geográficas. A primeira etapa contou com atividades manuais em sala de aula onde foram obtidos dados da área total, comprimento, relação entre estes dois primeiros dados, cálculo da forma da bacia. Em seguida foi obtida a quantificação de rios de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª ordem para então serem aplicados cálculos que possibilitaram obter a densidade de drenagem, de rios e coeficiente de manutenção. Acompanhando as atividades manuais, utilizamos ainda o meio digital para obtenção dos dados básicos que possibilitariam a obtenção dos mesmos índices. Para isso foi utilizado o software livre SPRING.
A área de estudo enquadra-se na classificação Cfa, apresentando clima subtropical úmido mesotérmico, com verões quentes e baixa frequência de geadas. Quanto à temperatura, a média anual fica entre 20º a 22º Celsius. A precipitação média anual fica entre 1600 a 2000 milímetros, com chuvas bem distribuídas e pouca frequência de geadas fortes.
Sobre a atividade
Este trabalho ainda está em desenvolvimento. Nele será utilizado a metodologia proposta por Christofoletti (1980) com o cálculo de índices, coeficientes e relações de forma manual com uso de curvímetro e de carta topográfica obtida no Instituto de Terras Cartografia e Geociências do Estado do Paraná (http://www.itcg.pr.gov.br/).
Referências
CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo, Universidade de São Paulo, 1974. 149p.
CHRISTOFOLETTI. Geomorfologia. 2°Ed. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1980.
GREGORY, K.L.; WALLING, D.E. Drainage Basin from and Process: a geomorphological approach. London. Edward Arnold, 1985, 458p.
SILVEIRA, A.L.L. Da (1997). Ciclo hidrológico e bacia hidrográfica. In: TUCCI, C.E.M. (org) Hidrologia: Ciência e Aplicação. 2ª Ed. Porto Alegre, RS: Editora da Univerisadade (UFRGS)/Edusp/ ABRH. p. 35-52.
VILLELA, S. M.; MATTOS, A. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1975. 245p.
LIRA, Elisandra Moreira de; NASCIMENTO, Francisco Ivam Castro do; ALMEIDA, Gleiciane Oliveira de. Análise Morfométrica da Bacia Hidrográfica do Igarapé Amaro, Acre-Brasil. REVISTA GEONORTE, Edição Especial, V.3, N.4, p. 606-616, 2012.