No dia 10 de março de 2012, participamos de uma aula de campo na Microbacia do Rio do Campo, na cidade de Campo Mourão – PR. A aula teve inicio às 8h e 30min, tendo por objetivo analisar a vegetação, o solo, a degradação ambiental, o uso e ocupação do solo, entre outras características do espaço ocupado por essa microbacia. A importância de se estudar essa bacia envolve o fato de ser o principal manancial de abastecimento de água da cidade de Campo Mourão/PR.
Início da aula de campo. Após a saída de frente a faculdade, seguiu-se em direção à Avenida John Kennedy, saída para Goioerê, onde se pode observar variadas indústrias (Parque industrial) localizadas na área urbana, próximas à COHAPAR. Sobre esta mesma área, existe um divisor de águas do Rio 119 (lado direito, sentido Campo Mourão – Goioerê) e do Rio Mourão (lado esquerdo), e logo adiante, uma unidade de conservação.
Uso do solo. Em uma área próxima a rodovia sentido à Goioerê, ao lado direito, foi observado a presença de granjas, porém predominam áreas agropecuárias. A microbacia é ocupada por várias atividades agropecuárias, se diferenciando de acordo com a fertilidade do solo. O plantio de eucalipto e as pastagens foram introduzidos em solos que não são tão férteis a outras culturas, enquanto que nos demais, no caso do Latossolo, por exemplo, predomina o cultivo de milho, soja e trigo.
Dinâmica climática. O clima de Campo Mourão é o Subtropical úmido mesotérmico, com verões quentes e invernos brandos, caracterizado pela sigla Cfa, de acordo com a classificação de Koppen. A cidade está próxima à linha do trópico de Capricórnio, por isso, encontra-se em uma zona de transição climática entre o clima tropical e o subtropical. (IAPAR, 2011).
Metodologia de trabalho. Foram selecionados três pontos do rio para análise. Em cada um desses locais houve, inicialmente, a escolha aleatória de um ponto no rio para servir de ponto de referência , em seguida, foi delimitado uma montante a 10 metros dessa jusante.
Em cada ponto foi colocada uma corda de varal para servir de referência para a medição da profundidade (ela foi marcada de 30 em 30 centímetros) e largura do rio. Em seguida soltou-se uma garrafa de plástico por cinco vezes, 5 metros acima da montante para medir a velocidade do rio. Foi utilizada uma régua, confeccionada pelo acadêmico Diego de Melo, para medição da profundidade do rio marcada de 10 em 10 cm.
O objetivo era chegar ao resultado da vazão média, com os dados da largura, profundidade e velocidade do rio (Q= L x P x V).
A aula de campo. A primeiro ponto de estudo foi próximo ao limite da bacia, cujas coordenadas foram: latitude S 24°03’51,6” e longitude O 52°31’56,4”, onde pode ser observado com clareza a transição do solo para o arenito (Argissolo) (Foto 3). À direita observou-se a Bacia do Piquiri e plantação de soja safrinha já colhida (Foto 4), e à esquerda também uma plantação de soja e a Bacia do Ivaí.
No segundo ponto, latitude S 24°04’46,8” e longitude O 52°31’3,2”, observou-se uma transição de solo, do Argissolo para o Latossolo, solo basáltico (Foto 5). A vegetação de Campo Mourão é representada pela floresta Estacional Semidecidual, que pôde ser observada no decorrer do percurso, e logo adiante uma área de reflorestamento e pastos de gado (Foto 6).
O terceiro ponto ocorreu na latitude S 24°05’42,6” e longitude O 52°30’21,1”, onde se teve uma rápida passada pela comunidade Alto Alegre. A comunidade conserva a vegetação em seu entorno, no qual está inserida na Bacia hidrográfica.
Os cálculos e as análises da bacia, foram realizadas pelo primeiro grupo no encontro do Rio Água das Barras e do Rio Boldão, com latitude S 24°04’55” e longitude O 52°26’32,7”, o segundo e o terceiro grupo realizaram as análises no Rio do Campo. Nos locais em que o primeiro e o segundo grupo realizaram suas análises, pode-se perceber a forte presença da vegetação ripária, facilita infiltração da água da chuva, reduz o assoreamento, retêm resíduos de agrotóxicos, evita e, ou minimiza a poluição da água. Nestes locais há a presença do solo Nitossol e do Argissolo. Puderam-se perceber alguns resíduos de lixo no entorno do rio, possivelmente pelo fato de existir uma estrada rural, onde há a circulação de pessoas, que acabam deixando algum tipo de resíduo na área.
No local em que o terceiro grupo realizou as análises, latitude S 24°04’22,3” e longitude O 52°25’51,3”existe uma extensa área de várzea. Neste local notou-se a ausência da vegetação ripária no entorno do rio, fazendo com que a água da chuva escoe sobre a superfície, levando o solo das margens para dentro do rio (Foto 7). Neste ponto observou-se a presença do Nitossolo na vertente do rio, Argissolo e também do Gleissolo dentro do rio, cuja coloração é acizentada.
Texto editado tendo por base trabalho escrito por: Diego De Melo, Edson Batista dos Santos, Jonas H. M. de Lima, Lígia Priscila Rodrigues, Marinalva Batista dos Reis, Marta Diniz Prestes de Sá, Sirlei Senko.