Bacia Hidrográfica do Rio Água dos Papagaios – Geoprocessamento – Parte 1

Imagem de Ghinzo por Pixabay

As imagens de satélite e os Sistemas de Informação Geográfica (SIG’s) são ferramentas extremamente importantes para interpretar e analisar o espaço geográfico e estão incorporados em vários campos de estudos. Esse post, nada mais é do que um exemplo do que se pode fazer com essa dupla. Antes de chegar no processo de interpretação das imagens de satélite, o qual resultou no mapeamento do uso da terra na bacia do rio Águas do Papagaio, passou-se por várias etapas, as quais se buscaram destacar neste trabalho, entre eles: a aquisição das imagens, os satélites e suas características, resolução, banda, entrada dos dados no Spring, registro da imagem, importação, definição das classes de mapeamento, elementos para interpretação das imagens e a prática de análise e interpretação da imagem de satélite.

Onde fica a Bacia Hidrográfica do Rio Água dos Papagaios?

Pra você não ficar perdido (a), a bacia hidrográfica do rio água dos Papagaios fica encostado no perímetro urbano da cidade de Campo Mourão – PR, e, a maior parte dela é utilizada a maior parte de sua área para práticas agrícolas conforme você pode ver na imagem abaixo ( ou no Google Maps se preferir).

bacia hidrográfica do Rio Água dos Papagaios

Onde encontramos a imagem?

Foi utilizado para esta atividade imagens do satélite norte americano LANDSAT5 (Land Remote Sensing Sattelite) por meio do portal do Divisão de Geração de Imagens do INPE ( http://www.dgi.inpe.br/CDSR/ ). Através desse portal é disponibilizado tanto gratuitamente (imagens digitais via e-mail) quanto por meio de pagamento (pedido da imagem impressa) a partir de um pré cadastro. Fornece imagens dos satélites:  Landsat-1, Landsat-2, Landsat-3, Landsat-5, Landsat-7, CBERS-2 , CBERS-2B (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), IRS-P6 – Resource-sat1 ,Aqua e Terra.

Tela do DGI-INPE (http://www.dgi.inpe.br/CDSR/) em 03 dez. 2012.

Tela do DGI-INPE (http://www.dgi.inpe.br/CDSR/) em 03 dez. 2012

Conhecendo melhor o LANDSAT

O LANDSAT5 foi lançado em 01 de Março de 1984 e funciona em órbita equatorial a 705 km de altitude. O sensor TM (Thematic Mapper) a bordo deste satélite faz o imageamento da superfície terrestre produzindo imagens com 185 Km de largura no terreno, resolução espacial de 30 metros e 7 bandas espectrais. A resolução temporal deste satélite é de 16 dias.

     Tabela 1 – CARACTERÍSTICAS DO SENSOR – TM (Thematic Mapper)

Bandas espectraisBanda 1 – Azul (0,450 – 0,520 цm)
Banda 2 – Verde (0,520 – 0,600 цm)
Banda 3 – Vermelho (0,630 – 0,690 цm)
Banda 4 –  Infravermelho próximo (0,760 – 0,900 цm)
Banda 5 – Infravermelho médio (1,550 – 1,750 цm)
Banda 6 – Infravermelho termal (10,40 – 12,50 цm)
Banda 7 – Infravermelho médio (2,080 – 2,350 цm)
Resolução espacialBandas 1-5 e 7 – 30 metrosBanda 6 – 80 metros
ÓrbitaPolar, circular e heliossíncrona
Largura da faixa imageada185 km
Resolução temporal16 dias

    Fonte: SILVA & FRANCISCO, 2002

Segundo informações do portal do INPE (http://www.dgi.inpe.br/siteDgi/ATUS_LandSat.php/) o uso das imagens varia de acordo com a utilização das mesmas conforme segue:

Bandas 1, 2 e 3: imagens em “cor natural”, com boa penetração na água, realçando as correntes, a turbidez e os sedimentos. A vegetação aparece em tonalidades esverdeadas.

Bandas 2, 3 e 4: define melhor os limites entre o solo e a água, ainda mantendo algum detalhe em águas pouco profundas, e mostrando as diferenças na vegetação que aparece em tonalidades de vermelho.

Bandas 3, 4 e 5: mostra mais claramente os limites entre o solo e a água, com a vegetação mais discriminada, aparecendo em tonalidades de verde e rosa.

Bandas 2, 4 e 7: mostra a vegetação em tons verdes e permite discriminar a umidade tanto na vegetação como no solo.

Nesta atividade foram utilizadas as bandas 3,4 e 5, haja visto que o uso seria destinado a interpretação do uso do solo e esta permitiria uma melhor identificação da mesma.