As feiras já são um atrativo importante em Maringá há 55 anos e acompanham o desenvolvimento da cidade. As feiras livres representam um dos mais importantes equipamentos de distribuição e comercialização de alimentos de Maringá e fazem parte da cultura dos maringaenses. Constituem, tradicionalmente, referência para o abastecimento de produtos hortifrutigranjeiros de qualidade e a bons preços em todas as regiões da cidade. Maringá conta, atualmente, com 43 feiras semanais distribuídas em 24 bairros, incluindo o distrito de Iguatemi. São caracterizadas de acordo com o horário de funcionamento (matutino e noturno) e forma de comercialização (direta e indireta).
São quatro tipos de feira: Feira Livre, Feira do Produtor, Feira Verde e Feira Pôr-do-Sol que atendem grande parte da população. As feiras maringaenses movimentam mais de 2.500 empregos diretos e indiretos, gerando empregos e renda no setor agrícola da cidade e na região da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep), além de propiciar o fortalecimento da agricultura familiar através do incentivo e da expansão do mercado de escoamento de produtos. A feira visitada por nós –a feira do produtor – é realizada duas vezes por semana quarta-feira – das 18 às 22 horas- e sábado – das 7 às 10 horas – na Avenida Prudente de Moraes, Estádio Willie Davids.
Pesquisa realizada por Nilcéia de Jesus Alves da Silva e Alexandre Florindo Alves nos traz alguns aspectos interessantes da feira do produtor. Explicam eles que grande parte dos agricultores ligados a produção de orgânicos utilizam como canal de comercialização a venda direta por considerarem que os elevados preços dos orgânicos são um dos principais entraves para um crescimento acelerado destes produtos no Brasil.
Qual o perfil das feiras de Maringá?
Eles explicam ainda que as feiras possibilitam aos pequenos produtores escapar das transações comerciais via supermercados. Estas que muitas vezes mais atrapalham que ajudam, até por que elas são realizadas vendas por consignação, de modo que o agricultor tem que arcar com todos os prejuízos caso o produto não seja adquirido pelo consumidor final. Enfim, com a feira, o agricultor define o perfil de sua clientela e adequa-se a situação (a oferta de seus produtos à demanda). Além disso, ele percebe quais são as tendências de mercado, já que o contato direto com os clientes permite ao produtor saber quais são os alimentos mais requisitados.
O estudo apresentado pelos autores Silva & Alves demonstra a importância da feira do agricultor para os pequenos agricultores. Claro que nem tudo é perfeito, há algumas barreiras, porém frente aos benefícios, estas podem ser enfrentadas.
A divulgação do trabalho realizado pelo produtor a sua clientela e os pagamentos à vista configuram-se como pontos positivos. Por outro lado, existem aspectos restritivos, como os deslocamentos constantes, pois nem sempre a logística vista no município de Maringá permite uma redução dos custos. Ocorrem também alguns desconfortos, pois os locais são abertos, e nos dias de chuva e frio intenso tanto o comprador como o vendedor ficam expostos às intempéries. (SILVA & ALVES,2005,p 11)
Como forma de enfrentamento a esta situação é destacada a ação do POMAR – Produtores Orgânicos de Maringá e o grupo “Pé na Terra” de Maringá que têm se unido para solucionar problemas como regulamentação e certificação da produção, com o objetivo de minimizar os entraves de comercialização. Com a integração dos produtores, tornou-se possível a construção de melhores condições de vida e melhor integração destes trabalhadores rurais com o meio urbano.
Possibilidades
A feira do produtor de Maringá abrange amplo leque de produtos e, ainda há mudanças a serem realizadas, pois alguns consumidores não desejam somente produtos “in natura”, mas também alimentos processados, como queijos, pães e outros, assim podemos ver que ainda existe amplo mercado a ser trabalhado.
Em sua cidade ocorrem feiras livres? Quais suas principais características? Dê sua opinião!
REFERÊNCIAS
CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano. Ática, 1989.
PICOLI ,Samira Soledad Gongora & BORGES, Leonir. Maringá: a cidade rotulada como “cidade verde.” Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, Vol. 1, No 1 (2008) <LINK> acesso em: 22 nov. 09.
Prefeitura municipal de Maringá. Pontos turísticos <LINK> acesso em 20 nov. 2009.
SILVA, Nilcéia de Jesus Alves da & ALVES, Alexandre Florindo. Agricultura orgânica no município de Maringá-PR: produção e comercialização. XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial”. Disponível em: <LINK> acesso em: 20 nov. 2009.