Chegamos a parte mais interessante da proposta de análise morfológica dos solos: a atividade prática. Para a preparação da aula de campo o professor Victor solicitou para que nós trouxéssemos algumas ferramentas. Assim sendo, por e-mail, foi pedido às equipes: martelo Pedológico, trado, pá reta, pá quadrada, facão, faca, trena (5m), Lente de mão (10 x), ímã, picareta e prancheta com papel e lápis. Além disso, cada equipe deveria providenciar duas sacolas de plástico para coleta de solo. Para uso pessoal foi solicitado: protetor solar ou sombreiro, água, material para higiene pessoal, calçado fechado (velho) e lanche, pois não haveria intervalo para almoço. Saímos aproximadamente às 8 horas da manhã do dia 30 de outubro de 2010 em frente à FECILCAM, de onde fomos em direção à rodovia saída para Maringá. O transporte foi fornecido pela faculdade. Num primeiro momento paramos em frente a um barranco próximo ao KM 360 da BR-369.
Alguns metros a frente, nos direcionamos para um grande brejo para coletar um pouco de solo. Durante a coleta nosso companheiro de sala (Guilherme) acabou afundando no brejo e coletou um pouco de solo úmido. Além dele, o Junior Kurman também realizou uma coleta próximo ao barranco do brejo.
Saindo dessa localidade fomos em direção à estação Climatológica Principal de Campo Mourão. Ao chegarmos à estação iniciou-se uma mudança no tempo: chuva. Por esse motivo aguardamos por um tempo na estação climatológica até que a chuva passasse. Até as 09h00minh daquele dia a pluviosidade era de 27,3 mm e a taxa de umidade encontrava-se na faixa de 94 %. Nesse horário a temperatura era de 18,2 ºC e a direção do vento, segundo o anemógrafo da estação era na direção sul.
Na primeira estiada iniciamos a escavação da trincheira. A trincheira deveria medir 1m largura por 2 m de comprimento e 2 de profundidade para que pudéssemos analisar dois perfis do solo. Durante a chegada ao terreno da estação climatológica, o local escolhido para escavação apresentava muitos entulhos dificultando a construção da trincheira. Em decorrência disso o professor e grande parte dos alunos acharam melhor escolher outro lugar para escavação, onde pudessem encontrar um solo mais limpo (Foto3 e 4). Antes de iniciar a escavação, em ambas as vezes, inicialmente foi retirada vegetação que se encontrava na parte mais superior e, posteriormente delimitada as fronteiras da trincheira.
Na escavação da trincheira diversas ferramentas acabaram por não agüentar até o fim. A picareta foi um exemplo disso, ela quebrou na segunda ou terceira utilização. Também quebraram-se cabos de enxadões e enxada. A trincheira acabou por não ser escavada aos moldes estabelecidos pelo professor, pois acabou não atingindo nem 2 m de profundidade. Com o fim da escavação foi feita a coleta do perfil de solo A e B. Nesta, Leandro e Guilherme coletaram para cada equipe, aproximadamente 1 kg de amostra de solo de cada perfil.
Ao término da escavação o professor destacou alguns pontos. Segundo ele a divisa entre o horizonte A e o Horizonte B media aproximadamente a distância de uma lima em relação a superfície. Ou seja, da superfície em direção ao fundo da trincheira o horizonte A cobria uma faixa de aproximadamente 23 cm. Após essa faixa delimitamos como horizonte B pois suas características são diferentes. Naquele dia não era possível a visualização com a lupa em decorrência da intensa chuva que encharcou o solo, mas se fosse um dia propício veríamos uma estrutura bastante diferenciada em relação ao horizonte A. A estrutura do horizonte A só de olhar, era possível averiguar que existia muito mais grãozinho na microestrutura do que a estrutura do que o horizonte B que se mostrava muito mais homogêneo.
Depois destas explicações iniciais o professor pediu para que todas as equipes realizassem coleta de amostras do solo. Para esta coleta foi seguido aquilo que já comentamos no primeiro subtítulo, primeiro coletou-se amostra do horizonte B e, posteriormente do horizonte A, para evitar a contaminação (no sentido de não atrapalhar nas análises independentes de cada horizonte) entre os horizontes.
As amostras deveriam ser levadas para a casa de um integrante do grupo para a secagem. Como procedimento para a secagem da amostra foi sugerido que era necessária bandejas ou lona plástica e levada ao Sol até que visualmente estivesse seca. Uma amostra (300g. aproximadamente) deveria ser embalada em uma sacola menor fechada energicamente para se determinar a umidade em laboratório.
Nas aulas posteriores realizamos a análise dos perfis do solo seguindo uma proposta de professores da UFPR. Mas isso merece outro post.
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REFERÊNCIAS
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