Dia 22 de novembro de 2010, 19: 30h. Neste dia o professor Victor havia solicitado ao professor Ricardo as duas últimas aulas também e dedicou as quatro aulas para execução das atividades de estudos morfológicos. Como material de apoio foi fornecido a nós um material elaborado pelo Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da UFPR , este, intitulado “Experimentoteca de Solos – Projeto Solo na Escola”. Durante a execução das atividades nossa equipe juntou-se aos amigos: Leandro, Marcos, Ed e Marcelo. Como não havíamos providenciado alguns utensílios nós nos dividimos e, enquanto uma parte de nós executava as atividades propostas, outra procurava os utensílios que faltavam.
1 – PH DO SOLO
Inicialmente o professor destacou que era importante começar pela análise do Ph do solo. Antes da aula era necessária a preparação de um indicador de repolho roxo, este sendo utilizado para uso nas experiências para calculo do ph do solo. Esse indicador de repolho roxo foi produzido a partir da fervida de determinada quantidade de folhas de repolho roxo e posterior resfriamento e armazenamento em geladeira. De acordo com o material fornecido a nós, o indicador de repolho roxo fornecerá cores mais avermelhadas quando as soluções forem mais ácidas, cores lilás/azuladas para as soluções neutras a ligeiramente básicas, e esverdeadas em pHs mais alcalinos.
O próximo procedimento a ser tomado foi a mistura de alguns produtos para a produção de uma escala de Ph, conforme pode ser observado na fotografia e tabela abaixo:
Tabela 1- Misturas realizadas para obtenção de escala de Ph.
Amostras | Mistura |
1 | 20 ml de vinagre + 5 ml de indicador |
2 | 100 ml de água + 10 ml de vinagre+ 5 ml de indicador |
3 | 100 ml de água + 5 ml de indicador |
4 | 100 ml de água + 10 ml de leite + 5 ml de indicador |
5 | 100 ml de água + uma colher de chá de fermento em pó + 5 ml de indicador |
6 | 100 ml de água de sabonete + 5 ml do indicador |
7 | 100 ml de água + 10 ml de produto de limpeza + 5 ml do indicador |
8 | 100 ml de água + uma colher de chá de sabão em pó + 5 ml de indicador |
9 | Pegar 100 ml de água + 10 ml de água sanitária + 5 ml do indicador |
Autor: ANDRADE, E. 2010.
Ao fim da realização das misturas e obtenção dos resultados, o professor solicitou-nos que indicássemos as cores encontradas decorrentes da mistura. Além disso, pediu também para que disséssemos se a mistura era ácida, neutra ou alcalina.
Como resultado obtivemos a tabela abaixo:
Tabela 2 – Cores observadas na escala de Ph.
Solução | Cor observada | Conclusão |
Vinagre puro | Laranja | Ácido |
Vinagre diluído | Rosa claro | Ácido |
Água | Azul | Neutro |
leite | Branco | Neutro |
Fermento em pó | Azul claro | Neutro |
Água com sabonete | Lilás | Básica |
Produto de limpeza | Verde claro | Básica |
Sabão em pó | Verde | Básica |
Água sanitária | Bege | Básica |
Autor: ANDRADE, E. , 2010.
Obtida nossa escala de Ph, a próxima etapa foi a de indicar o Ph da amostra de solo. Antes, no entanto, deveríamos preparar o solo para tal finalidade. Fervemos duas colheres de sopa de amostra de solo do horizonte A (coletada dia 30/10/2010) com 200 ml de água em uma panela velha. A amostra ferveu por alguns minutos e depois resfriou em cerca de sete minutos. Ao fim foi coado num filtro de café em outro copo a te que a solução ficasse com uma coloração mais clara. Quando a solução finalmente resfriou completamente, misturamos com 5 ml do indicador de repolho roxo. Como resultado tivemos um solo com uma coloração um pouco avermelhada ( foto 6). Segundo nossa escala de Ph essa amostra de solo teria um Ph de 5 ou 5½ sendo um solo ácido.
A atividade sugeria para que nós comparássemos a a cor formada na determinação do pH do solo com as cores da escala abaixo obtendo-se a idéia se o solo é ácido, básico ou neutro. Comparando-se os resultados obtidos com os prováveis valores a serem encontrados [apontados na tabela acima], percebemos leves diferenças, no entanto, nada que interfira na classificação de solo ácido ou básico, haja vista que nossa amostra de solo apresentou uma coloração bastante puxada para a cor avermelhada e continuaria a ser considerada como ácida.
2 – CONSISTÊNCIA DO SOLO
Conforme já buscamos destacar na primeira parte deste relatório o grau de consistência do solo deve ser determinado nos três estados de umidade: molhado, úmido e seco. Durante nossa atividade prática a Maria Aparecida, literalmente colocou a “mão na massa” e estabeleceu os resultados de nossos experimentos. Nosso resultado obtido foi o de que no Horizonte A, a consistência se mostrou muito duro, enquanto que na amostra do horizonte B se mostrou muito macio.[conforme escala apontada no material de apoio elencado nas referências deste trabalho]
No que se refere à friabilidade nossos resultados foram os seguintes: na amostra do horizonte A percebemos um solo friável, enquanto que na amostra do horizonte B o solo se apresentou muito friável.
Levando em consideração os aspectos relatados nos textos de apoio [ver abaixo na referência], em nossa experiência tivemos na amostra de solo A como resultado um solo ligeiramente plástico e na amostra de solo do horizonte B um solo plástico.
Nesta, tivemos como resultado na amostra de solo do horizonte A um solo não pegajoso, pois o material após ser comprimido entre os dedos não se aderiu em nenhum dos dedos. No horizonte B, no entanto tivemos um resultado diferente, pois o solo aderiu a ambos os dedos após a pressão, havendo perceptível tendência a alongar-se e ao rompimento, permanecendo aderido aos dedos. Temos assim no horizonte B um solo pegajoso.
3. RETENÇÃO DA ÁGUA PELO SOLO
Inicialmente para o encaminhamento dessa experiência, o Edilson e o Marcos espalharam e deixaram as amostras de solos secando por alguns dias sobre algumas folhas de jornal ao ar livre. Em sala de aula com o solo já seco, o Leandro e a Maria Aparecida passaram um rolo de macarrão sobre o solo com o objetivo de triturar todo o solo das amostras (uma do horizonte A e outra do Horizonte B). Enquanto isso o Ezequiel e o Diovane recortavam os litros de Coca Cola que o Jonas, Marcos e o Edilson trouxeram a sala de aula. Após o corte dos litros, foi prendido nas extremidades dos mesmos um pedaço de tecido. E, finalmente após o término da montagem das “garrafas funis” foi depositado sobre cada uma delas dois copos de amostra de solos do mesmo horizonte. Como resultado desse experimento tivemos grandes diferenças entre as amostras dos horizontes A e B. No horizonte A tivemos como resultado uma terra mais fina com maios arenosidade, consequentemente a água que pingava na Garrafa-funil era de coloração mais clara e sua filtração foi mais rápida. Em contrapartida, na amostra do horizonte B, houve grande dificuldade para que a água descesse. A esse fato temos como causa o fato do solo ser muito argiloso. Conseqüentemente, a filtração transcorreu de modo mais lento comparado ao horizonte A e sua coloração é mais escura Também colaborou para que houvesse essas discrepâncias o fato de os solo apresentarem estruturas diferenciadas entre si e, como foi possível visualizar nas experiências anteriores graus de consistência diferenciados.
4. POROSIDADE DO SOLO
Nessa experiência, os autores (Marcelo Ricardo de Lima da UFPR e da acadêmica Maria Harumi Yoshioka) pedem para que se compare a porosidade de três estruturas diferentes: uma esponja seca, uma pedra ( uma amostra de basalto, por exemplo) e uma amostra de solo. A partir da observação dos níveis de absorção de água concluímos que se comparando a esponja com o solo, percebemos que ambos conseguem absorver a água, ao contrário da pedra que não possui porosidade. Contudo o solo (principalmente do horizonte B) reteve mais água que a esponja. Segundo LIMA e YOSHIOKA, isto ocorre, pois a esponja normalmente apresenta poros maiores (que permitem a infiltração da água), mas apresenta poucos poros pequenos (que retém a água). O solo, ao contrário, usualmente apresenta maior quantidade de poros pequenos (microporos) em comparação com a esponja. Observamos ainda que, durante o lançamento do torrão de solo na água, foi possível visualizar pequenas bolhas de ar, comprovando a existência de ar nos pequenos poros existentes na amostra de solo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Retornando ao que tratamos na introdução, nosso objetivo foi o de trazer à tona a importância dos estudos relacionados ao solo, focalizando a questão da análise morfológica. Nosso relatório procurou abranger mais do que simplesmente um amontoado de informações sobre um dia chuvoso na Estação Climatológica. Trabalhamos também com uma ampla revisão bibliográfica que possibilitasse a compreensão dos principais fatores envolvidos na análise morfológica dos solos. Durante nossa análise, no entanto, buscamos não se esquecer das atividades realizadas em campo e em sala de aula, e, reconhecemos que elas possibilitaram que adquiríssemos conhecimentos práticos dos conteúdos relatados durante o ano letivo. A interação entre a teoria e a prática possibilitou abrir amplo leque de possibilidades e trouxe uma maior apreensão dos conhecimentos relacionados aos solos.
Voltando às análises elaboradas por LESCH (2002) devemos concordar com ele quando ele afirma que o solo é um dos mais importantes recursos naturais do nosso planeta por sustentarem os campos de cultivo e pastagens que fornecem nossos alimentos, comportarem a água das chuvas, campos, cerrados e florestas integrando toda a biodiversidade. E, sendo assim nada mais justo e necessário do que conhecer suas principais características, para assim poder desenvolver melhor suas potencialidades. Eis aí uma das funções que acreditamos ser um dos maiores desafios da ciência Pedológica nos próximos anos.
VEJA TAMBÉM: Todos os textos relacionados a este post.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Áurea Andrade Viana De. Vilas rurais da Microrregião Geográfica de Campo Mourão.Disponível em:pdf/aavandrade.pdf> Acesso em: 26 nov.2010.
COLAVITE, Ana Paula . Geotecnologias aplicadas a análise da paisagem na Bacia Hidrográfica do Rio do Campo, Paraná-Brasil Disponível em: <http://egal2009.easyplanners.info/> Acesso em: 26 nov.2010. GUERRA, A. J. T.; SILVA, A. S. da & BOTELHO, R. G. M. Erosão e Conservação dos Solos: Conceitos, Temas e Aplicações. 2 ª Ed. Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 2005.
LEPSCH, Igo F. Solos: Formação e Conservação. 5 ed. São Paulo: Melhoramentos, 1993.
LEPSCH, Igo F. Formação e Conservação dos Solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002.
LIMA, Marcelo Ricardo de. Experimentoteca de solos: consistência do solo. Experimentoteca de Solos – Projeto Solo na Escola – Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da UFPR, 2005. Disponível em: <http://www.escola.agrarias.ufpr.br> Acesso em: 19 nov. 2010.
LIMA, Marcelo Ricardo de & YOSHIOKA, Maria Harumi. Experimentoteca de solos: porosidade do solo. Experimentoteca de Solos – Projeto Solo na Escola – Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da UFPR, 2005. Disponível em: <http://www.escola.agrarias.ufpr.br> Acesso em: 19 nov. 2010.
LIMA, Marcelo Ricardo de & YOSHIOKA, Maria Harumi. Experimentoteca de solos: retenção da água pelo solo.Experimentoteca de Solos – Projeto Solo na Escola – Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da UFPR, 2005. Disponível em: <http://www.escola.agrarias.ufpr.br> Acesso em: 19 nov. 2010.
MASSOQUIM, Nair Gloria. Clima e paisagem da mesorregião centro-ocidental paranaense. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses /disponiveis/8/8135/tde-18112010-101321/es.php> Acesso em: 26 nov.2010.
YOSHIOKA, M.H., LIMA, M.R. de. Experimentoteca de solos: infiltração e retenção da água no solo.Arquivos da APADEC, Maringá, v. 8, n. 1, p. 63-66, 2004. Disponível em: <http://www.escola.agrarias.ufpr.br/experimentoteca8.html> Acesso em: 19 nov. 2010.
YOSHIOKA , Maria Harumi & LIMA , Marcelo Ricardo de. Experimentoteca de solos: ph do solo. Experimentoteca de Solos – Projeto Solo na Escola – Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da UFPR, 2005. Disponível em: <http://www.escola.agrarias.ufpr.br> Acesso em: 19 nov. 2010.