Como se trata de um relatório de aula de campo, recorremos a alguns autores tais como Igo F. Lepsch e Antonio Soares da Silva. No post anterior tratamos sobre horizontes e perfil de solo. Agora o foco é a “ANATOMIA DOS SOLOS” (LEPSCH,2002).
As descrições morfológicas referentes ao método da análise estrutural obedecem a alguns requisitos e ocorrem a partir da abertura de trincheira, ou visualização de barrancos (como a observada em aula de campo, onde apesar da umidade presente no solo, foi possível ver alguma pequena diferença morfológica na estrutura do solo) cujo objetivo é reconhecer as principais variações laterais verticais em alguns perfis ao longo de uma encosta e, posteriormente através de sondagens sucessivas, reconhecer as variações laterais existentes entre estes perfis na topossequência. (SILVA, 2005).
Essa análise e descrição do solo, no entanto, não pode ocorrer de qualquer jeito. Existem procedimentos a serem tomados durante a coleta do material. Segundo Silva (2005) o tipo de amostra coletada vai depender do objetivo do trabalho, porém alguns procedimentos são básicos. Lepsch (2002) explica que para identificar os horizontes, observa-se primeiramente, na face exposta do perfil do solo, as diferenças maiores existentes na cor, textura, estrutura ou consistência e outras características. Neste exame utilizam-se equipamentos simples tais como faca, martelo pedológico e lente de aumento pequena. Feita essa delimitação, são anotadas as espessuras dos horizontes e o modo pelo qual um se sobrepõe ou “transita” para o que lhe está abaixo.
Quando se descreve um determinado solo, além das características morfológicas dos horizontes, anotam-se outras da paisagem em que se situa, como inclinação do terreno, vegetação natural, uso agrícola, ocorrência de pedras na superfície, grau de drenagem e erosão no local. Ainda segundo Lepsch, os perfis de solo devem ser estudados em trincheiras feitas exclusivamente para essa finalidade. Estas devem ser escavadas com abertura de 2 X1 metros e 2 metros de profundidade. Os taludes (Cortes ou barrancos) de estradas também podem ser utilizados para estudo de perfil. No entanto para a coleta devem estar limpos e deve ser raspada algumas dezenas de centímetros da sua face exposta.
Após a realização de trincheiras, identificação e delimitação dos volumes pedológicos nas mesmas procede-se a coleta das amostras e posteriormente a análise em laboratórios. Devem ser coletadas amostras em todas as trincheiras e em todos os horizontes. Essas amostras devem ser coletadas de porções típicas dos volumes identificados, para que não haja influencia e perturbação de valores superiores ou inferiores do que esta sendo coletado. Além dos horizontes típicos, em alguns trabalhos também é realizada a coleta de amostras das principais transições entre os horizontes.
Recomenda-se ainda que, sempre que possível, deve-se coletar amostras em duplicata, principalmente nas amostras mais frágeis, como aquelas para micromorfologia. Assim evita-se o transtorno de voltar a campo para coletar amostras perdidas durante a etapa de laboratório.
A coleta de diferentes tipos de amostras de um mesmo horizonte deve ser realizada assim, o mais próximo possível uma das outras, evitando, desse modo, que ocorram grandes variações nas características das amostras.
O procedimento normal de coleta de amostra na análise estrutural prioriza inicialmente as amostras para micromorfologia, amostras volumétricas (densidade real e aparente, condutividade hidráulica) e, por último, as amostras brutas ou ,deformadas ( análise granulométrica e análises químicas). Além disso, a coleta de amostras na trincheira deve ser realizada de baixo para cima; dessa forma, como foi destacado em aula de campo, evita-se que o material dos horizontes sobrejacentes atinjam os horizontes inferiores.
Como já foi explicitado em parágrafos anteriores, as principais características observadas e reconhecidasdurante os estudos de morfologia de um perfil do solo são: cor, textura, estrutura, consistência e espessura dos horizontes.
Tomando esse conjunto de pré conceitos a respeito da análise morfológica dos solos (Horizonte, perfil e “anatomia” dos solos)e tendo apreendido os conceitos básicos tomaremos um novo rumo dentro deste relatório. Então….vamos a campo então ver a aplicação…..
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REFERÊNCIAS
- ANDRADE, Áurea Andrade Viana De. Vilas rurais da Microrregião Geográfica de Campo Mourão.Disponível em: <www.pge.uem.br/novo/teses/pdf/aavandrade.pdf> Acesso em: 26 nov.2010.
- COLAVITE, Ana Paula . Geotecnologias aplicadas a análise da paisagem na Bacia Hidrográfica do Rio do Campo, Paraná-Brasil Disponível em: <http://egal2009.easyplanners.info/> Acesso em: 26 nov.2010.GUERRA, A. J. T.; SILVA, A. S. da & BOTELHO, R. G. M. Erosão e Conservação dos Solos: Conceitos, Temas e Aplicações. 2 ª Ed. Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 2005.
- LEPSCH, Igo F. Solos: Formação e Conservação. 5 ed. São Paulo: Melhoramentos, 1993.
- LEPSCH, Igo F. Formação e Conservação dos Solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002.
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- LIMA, Marcelo Ricardo de & YOSHIOKA, Maria Harumi. Experimentoteca de solos: retenção da água pelo solo.Experimentoteca de Solos – Projeto Solo na Escola – Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da UFPR, 2005. Disponível em: <http://www.escola.agrarias.ufpr.br> Acesso em: 19 nov. 2010.
- MASSOQUIM, Nair Gloria. Clima e paisagem da mesorregião centro-ocidental paranaense. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses /disponiveis/8/8135/tde-18112010-101321/es.php> Acesso em: 26 nov.2010.
- YOSHIOKA, M.H., LIMA, M.R. de. Experimentoteca de solos: infiltração e retenção da água no solo.Arquivos da APADEC, Maringá, v. 8, n. 1, p. 63-66, 2004. Disponível em: <http://www.escola.agrarias.ufpr.br/experimentoteca8.html> Acesso em: 19 nov. 2010.
- YOSHIOKA , Maria Harumi & LIMA , Marcelo Ricardo de. Experimentoteca de solos: ph do solo. Experimentoteca de Solos – Projeto Solo na Escola – Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da UFPR, 2005. Disponível em: <http://www.escola.agrarias.ufpr.br> Acesso em: 19 nov. 2010.